domingo, 18 de outubro de 2009


Cyberbullying: fenómeno sem rosto

Partilho convosco mais uma publicação que encontrei hoje de manhã.
Embora o artigo seja de Fevereiro de 2008, será sempre actual (infelizmente).


Autora:
Sara R. Oliveira 2008-02-12
http://www.educare.pt/educare/Actualidade.Noticia.aspx?contentid=45F563C7EFA931C9E04400144F16FAAE&opsel=1&channelid=0


A tecnologia começa a ser usada para ameaçar, humilhar ou intimidar. Os técnicos defendem acções de sensibilização para esta nova realidade, que ainda é pouco abordada dentro de casa e da escola.

O termo é recente e ainda não entrou definitivamente no vocabulário português. Bullying como actos premeditados e repetidos de violência física ou psicológica, praticados para intimidar ou agredir alguém, começa lentamente a entrar nos ouvidos da opinião pública. Cyberbullying permanece na penumbra, num território que só é desvendado quando se pesquisa sobre a matéria ou quando essa prática bate à porta. No cyberbullying recorre-se à tecnologia para ameaçar, humilhar ou intimidar alguém através da multiplicidade de ferramentas da nova era digital. Redes sociais da Internet, sites de partilha de fotos, imagens de telemóvel, gravações MP3, têm servido para desvirtuar a realidade pondo em causa a intimidade e a reputação. Em Portugal, também há jovens que são vítimas de cyberbullying. Vivem aterrorizados que os colegas da escola descubram as mentiras fabricadas, têm medo de contar o que estão a viver. E, na maioria dos casos, o agressor esconde-se sob a capa do anonimato.

Os casos são reais e foram relatadas por quem recebeu os pedidos de ajuda ou recolhidos na comunicação social. Uma jovem de 16 anos com largas centenas de contactos no Hi5 foi, de repente, confrontada com constantes telefonemas. Veio a descobrir que as suas fotos se mantinham intactas, só que acompanhadas de mensagens descontextualizadas de cariz sexual. Os textos terminavam com o seu número de telemóvel. A jovem vivia aterrorizada que os colegas da escola descobrissem esse falso perfil, tratado por alguém que desconhecia, mas que tinha acesso ao seu contacto pessoal. Um fórum pornográfico foi utilizado por um aluno para fazer comentários insultuosos a uma professora. A docente viu a terra fugir-lhe debaixo dos pés. Vivia com medo que os seus alunos e colegas de profissão deparassem com as informações totalmente deturpadas sobre si. Outra jovem vítima de cyberbullying: o ex-namorado que não aceitava o fim da relação mudou-lhe a password de acesso ao Hi5, modificou todo o perfil da página, deturpou a orientação sexual, fez montagens das fotos, colocou o número de telefone de casa, enviou mensagens difamatórias a todos os contactos do seu e-mail.

"Se só agora Portugal começa a despertar para as questões do bullying, em relação ao cyberbullying está mais atrasado", adianta Tito de Morais, fundador do projecto MiudosSegurosNa.Net que promove a utilização segura e responsável das tecnologias da informação e comunicação por crianças e jovens. "Não há muito a noção de que as acções e interacções que se verificam nos pátios e corredores das escolas estão também a configurar-se na Internet". Mas enquanto no mundo real é mais fácil identificar o agressor, no cyberbullying o caso muda de figura, o que dificulta todo o processo. "Quando colocamos uma fotografia na Internet, e em particular numa rede social, perdemos o controlo sobre essa fotografia. Qualquer pessoa pode fazer uma cópia", alerta.

Tito de Morais chama a atenção para um factor. "Muitas vezes, os pais têm dificuldade em diferenciar o que é uma brincadeira de mau gosto ou agressão do que é um comportamento de bullying. E há um elemento que pode ajudar: o bullying caracteriza-se por uma acção repetitiva". Na Internet, esta realidade tem um aspecto particular. Desde que uma imagem ou mensagem seja visionada por terceiros, o factor repetição é imediatamente assumido. "E a criança é vítima de troça, de humilhações, porque há outras crianças que viram." Para o especialista, os pais precisam de estar de olhos bem abertos para que "compreendam a utilização que os filhos fazem da Internet". "Normalmente, as crianças são vistas como vítimas e não como agressores, mas é importante ter a noção de que podem assumir estes dois papéis." Seja como for, as vítimas de cyberbullying "sofrem em silêncio". "Aconteça o que acontecer em resultado da utilização da Internet, os pais têm de deixar claro aos filhos que sempre que haja situações que os incomodem e que os deixem desconfortáveis, devem ir ter com eles". Este ambiente de confiança é fundamental.

A psicóloga Sílvia João, que estuda a área dos media e a relação das crianças com a imagem, salienta que o cyberbullying mexe com o sentimento de segurança e os níveis de ansiedade quando objectos pessoais, como o telemóvel ou o computador, são utilizados para ameaçar ou intimidar. Esta sensação de não controlo dos meios com que se lida diariamente pode ter sérias repercussões psicológicas e emocionais. "Há intrusão e violência interna do espaço íntimo", sublinha. Na sua opinião, o perigo surge quando não se desabafa com os pais e educadores, "quando o adolescente não consegue pedir ajuda". "São vítimas e não querem dizer aos pais" em idades em que estão "a aprender o que é a sua intimidade, em termos de sexualidade, ideologias, valores". E há aqui uma dualidade entre a "vontade de se afirmar e a culpabilidade". "É vítima mas pode não conseguir entender que tem de pedir ajuda."

"É um fenómeno sem rosto". E, por isso, torna-se complicado ir à origem, chegar ao agressor. Sílvia João defende que os adolescentes devem estar informados sobre o cyberbullying. "É necessário explicar-lhes o que é ser vítima de um fenómeno desta natureza." Em seu entender, devem ser feitas acções de prevenção e sensibilização "aproveitando o contexto de instituições formais" como, por exemplo, as escolas. E há ainda a intervenção, os pedidos de ajuda que podem ser feitos a vários especialistas da área da Psicologia, da Saúde Mental e das Ciências da Educação, entre outras. A psicóloga destaca ainda alguns cuidados que têm o seu significado. "Até aos seis anos, é importante proteger as crianças do contacto com as imagens da televisão e da Internet porque ainda não têm a noção da diferença entre a ficção e a realidade. Não têm o filtro para perceberem o que é perigoso e o que não é, o que a afecta e não afecta." Mais tarde, na adolescência, há a ânsia de procurar o fruto proibido. "Os adolescente começam a procurar o que não podiam ver." E fazem-no às escondidas dos mais velhos.

Medo do ridículo, de represálias
A psicóloga Margarida Gaspar de Matos garante que o assunto necessita de "muita atenção e estudo". "Os adolescentes, contrariamente à imagem por vezes divulgada, são comunicativos. Têm é muitas vezes dificuldade em falar com pessoas do seu universo relacional `real', em parte porque os adultos ouvem pouco e aconselham de mais, em parte porque há assuntos sensíveis que todos nós temos dificuldade em dizer a nós próprios, quanto mais aos outros", sublinha a docente da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa. "Assim, a net aparece como o terapeuta ou amigo sempre aceitante, sempre presente, sempre disponível, enfim o amigo ideal, o amigo quase impossível, ou pelos menos improvável." Só que há factores que potenciam o cyberbullying. "Por trás deste anonimato, que permite a cada um forjar a imagem que quiser, é fácil alguém passar pelo amigo e confidente e desaparecer, passar por amigo e confidente e usar informações ou imagens privadas para perseguir, passar por amigo e confidente e depois ameaçar, ou até passar directamente para a ameaça sem a fase da vinculação", refere. E acrescenta: "Os adolescentes vinculam-se e depois ficam num processo de luto ou de medo e sozinhos porque não sabem com quem falar. Por medo de represálias, por medo de serem repreendidos, por medo do ridículo." E há consequências. "O mau-estar pessoal e social associado a este fenómeno é considerável, chegando mesmo a ocasionar problemas de saúde física e mental e em casos extremos violência chegando ao suicídio", aponta.

A psicóloga adianta que o fenómeno do bullying em meio escolar tem vindo a diminuir desde 2002. "Penso que pela atenção que se tem dado ao assunto e pelas novas medidas em meio escolar." "O cyberbullying aparece como um sinal dos tempos. Cada vez mais os jovens e os menos jovens passam horas ao computador na conversa e a jogar ao faz-de-conta. E este facto tem já contornos de grande mudança no âmbito das relações interpessoais e práticas de lazer." A técnica analisa a mudança. "Este facto em si não é negativo e permite até o desenvolvimento de laços sociais em pessoas isoladas por motivos pessoais ou geográficos, por exemplo. O problema é quando a ligação à Internet se torna uma dependência que limita e estreita o âmbito da vida das pessoas ou quando no novo mundo social virtual alguns, menos atentos ou mais vulneráveis, se tornam vítimas incautas de processos persecutórios que agora nos aparecem no âmbito do cyberbullying", realça. Margarida Matos considera que é necessário dar atenção a esta nova realidade. "O fenómeno ainda não está muito bem estudado na sua dinâmica e amplitude. E o que é grave é que quem está mais em risco de ser seriamente afectado acumula em geral este risco com outros factores de risco potencial: menor ligação à escola, menor ligação à família, grupo de pares mais consentâneo com estas práticas", refere.

Relação alunos e professores
O estudo "Violência na escola: vítimas, provocadores e outros", realizado em Setembro de 2001, que analisou o comportamento dos jovens em idade escolar para compreender os estilos de vida e hábitos ligados à saúde e ao risco, deixou algumas pistas. "Da totalidade dos jovens, 25,7% (1751) revelaram estar envolvidos em comportamentos de violência na escola, ou como vítimas (alvos de provocação), ou como provocadores (agentes da provocação) ou duplamente envolvidos (simultaneamente vítimas e provocadores), mais do que duas vezes no período lectivo", concluem Margarida Gaspar de Matos e Susana Fonseca Carvalhosa, as autoras da investigação feita no âmbito do Projecto Aventura Social e Saúde. A pesquisa foi feita junto de 6903 jovens do 6.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade de escolas de todo o país, através de um questionário. Os dados revelam que "os rapazes envolvem-se mais em actos de violência na escola, quer como provocadores, quer como vítimas, quer com duplo envolvimento. Este envolvimento em actos de violência parece ter um pico aos 13 anos, embora os mais novos (11 anos) se envolvam mais, enquanto vítimas". As autoras concluem ainda que "os jovens que se envolvem em actos de violência referem mais frequentemente ver televisão quatro ou mais horas por dia".

O mesmo estudo analisa, por outro lado, a provocação e a relação dos alunos com os professores. Os jovens que consideravam que os professores não os encorajavam a expressar os seus pontos de vista estavam frequentemente mais envolvidos em comportamentos de provocação. Os que referiam que os docentes não os tratavam com justiça estavam mais envolvidos em comportamentos de provocação, como vítimas e provocadores. Os que responderam que os professores não os ajudavam quando era preciso, e que não se interessavam por eles como pessoas, envolviam-se mais como vítimas e provocadores e simultaneamente nos dois papéis.

Campanhas para entender sinais
A Associação Nacional de Professores (ANP) prepara-se para lançar uma linha de apoio a casos de bullying, onde se integrará o cyberbullying. João Grancho, presidente da ANP, adianta que neste momento estão a ser trabalhados protocolos de colaboração com entidades nacionais e internacionais para que esse número entre em funcionamento até ao final deste mês. O responsável revela ainda que esta ajuda pretende actuar a três níveis ao envolver professores, pais e alunos. "Este fenómeno deve ser visto de uma forma integrada e articulada", defende Grancho.

Entretanto, a Associação de Mulheres Contra a Violência iniciou no mês passado a campanha "Stop Bullying" em vários suportes mediáticos, lançando também uma linha de apoio através do 21 3802162 21 3802162 . Paralelamente, está a ser distribuído material que aborda o tema do bullying direccionado para as escolas e pais. Os panfletos destacam alguns sinais do bullying, procedimentos de intervenção, mitos e realidades. Esses desdobráveis salientam que uma vítima de bullying pode não ter vontade de ir para a escola, isolar-se, começar a gaguejar, mostrar angústia, deixar de comer, tornar-se agressiva, ter pesadelos.

No mês passado, o Governo lançou o Projecto Dadus que pretende sensibilizar os alunos do 2.º e 3.º ciclos para os problemas relativos à protecção de dados e à privacidade na utilização das novas tecnologias. Chamar a atenção para o uso consciente das novas ferramentas digitais e desenvolver a consciência cívica dos jovens são também objectivos desta iniciativa.

domingo, 4 de outubro de 2009

Adolescência e Família



Numa das minhas incursões nocturnas pela Internet encontrei este texto.

Li-o e decidi partilha-lo convosco




A FAMÍLIA é raiz, que cresce e se ergue em caules de objectividade profunda, ramificando-se entre processos rectificadores, afim de levar ao florescimento eterno, reproduzindo um Universo de Fraternidade plena e do Amor Universal!

Ama-te! Amando a tua Família!......
cravo


Dentro deste estudo vamos abraçar os jovens adolescentes no seio da Família e da Sociedade, necessidades, preocupações e procurar encontrar algumas respostas para esses problemas!
Os jovens nesta fase de transmutação fisiológica e emocional despertam dentro deles preocupações e receios que se não houver um acompanhamento familiar e tiver complemento informativo e activo a nível do Ensino Escolar, provocará distúrbios de ordem psicológica e comportamental no foro da personalidade do indivíduo tornando-se fortemente marcante no futuro!
A educação no seio familiar tem grande expressão, no sentido de criar as infoestruturas necessárias ao jovem, demonstrando-lhe pelo diálogo e pelas nossas atitudes comportamentais (Amor e Respeito pelos seus problemas) que devem ter confiança em si próprios e respeito por eles e pelos outros!
É de extrema importância ao jovem fazer-se respeitar e cultivar sentimentos e pensamentos moralizantes de forma a enriquecer a sua personalidade e marcar a sua posição na sociedade, mostrando que eles são parte integrante da evolução moral, espiritual e intelectual dentro da mesma.
Após um questionário por vários jovens reconheço que nós Pais temos de melhorar nossas relações (Pais para Filhos e vice-versa) eles mesmo o reconhecem e são peremptórios ao afirmar que a base de seus alicerces passam por uma família equilibrada, onde as emoções sendo de alegria ou problemáticas, pertençam a todos.
Os jovens devem ser incutidos que todas as transformações fisiológicas e emocionais são parte integrante do sentido de formação da sua personalidade, dando-lhe reforço munindo-os do sentido de responsabilidade e do espaço que é ocupado por ele no meio sócio-económico em que vai transitar, o qual não está isento de falhas, afim de se poder achar útil a si mesmo e aos outros!
A educação dos jovens de hoje, tem de ser totalmente diferente da de ontem! As imposições opressoras, os gritos e ameaças podem congelar por definitivo o sentido importante da vida no jovem, levando a que suas emoções fiquem cada vez mais amordaçadas pelo tédio e frustração! É importante inverter esta situação para que depois os Pais não tenham com se lamentar de o ter perdido e de se culparem por acorrentar a sua personalidade!
Não podemos deixar de demonstrar que os valores morais e espirituais dum ser, fazem parte integrante dele, que precisa de cultivá-los e não deixá-los morrer à conta de uma modernidade consumista e cada vez mais cimentada com o veneno do egoísmo e orgulho, afastando os jovens da vida real, em troca de lucros materiais fáceis.
É importante sermos mais coerentes e realistas, a terapia do medo está caduca, somente o amor derruba as paredes da falta de confiança e do vazio criado entre Pais e Filhos! “Eles falam mas nós estamos distantes! Não ouvimos seu grito de apelo!....”
A principal situação está segundo a perspectiva dos jovens no relacionamento familiar e vem comprovar aquilo que aqui foi dito, o afastamento dos Pais e Filhos existe!
Na continuação deste tema não poderia deixar de falar nos jovens com Pais divorciados ou separados!
É das situações mais angustiantes, causa de tremendas psicoses que se vão reflectir com extrema importância na personalidade do adolescente e na sua postura futura perante o meio social e educacional.
É nesta altura que o jovem precisa de grande apoio e faltando-lhe o mesmo vai provocar as rupturas, que os envia para um vazio de ideias e de espaço levando-os a obsessões de vária ordem, dilacerando-se a si mesmos! A droga e todo tipo de fugas, acabando muitas das vezes no suicídio!...
Quanto ao futuro destes jovens é uma incerteza! Sentem-se ludibriados e injustiçados. A falta de fé torna-os então, deslocados da sociedade, sem vontade e sem saber na realidade o caminho a seguir criando dentro deles sentimentos negativos de tal ordem que todos nós temos culpa no seu desamparo! É necessário fazermos algo por estes colegas, a amizade achada sincera é a muleta e os professores serão o suporte que terá de ajudar estes jovens. Respondendo às necessidades dos adolescentes a Escola tem papel importante no equilíbrio e responsabilidade acrescida de o orientar para o projectar na vida profissional e social! Infelizmente a realidade escolar é outra, a inadaptação do jovem à escola e aos seus métodos de educação são fonte de profunda frustração e de enorme insucesso. Salientar que num estudo feito por um Médico e Professor da Faculdade de Medicina Psiquiatria de Lisboa demonstraram que o grau de inteligência destes jovens é igual e por vezes superior, aos adolescentes com sucesso escolar. O que prova que o Ensino é que não consegue inserir o jovem e chamá-lo ao seu encontro. Nos dias de hoje mais que nunca tem de haver uma relação Pais, Escola, Sociedade e Meio, afim de proporcionar uma melhor coordenação tanto na sua escolha Profissional como na continuidade das suas actividades, dando uma maior actuação e responsabilidade do jovem na vida social e económica seja da sua área ou não. É esta uma forma de lhe transmitir a sua importância no futuro e de ele se sentir responsável pela evolução activa da Sociedade em que está inserido.
Agora gostava de abordar um outro tema e que tem haver com o relacionamento entre jovens e actividade religiosa:
Os jovens têm uma tendência natural de se agrupar por afinidades, que lhes são peculiares entre eles: pelos gostos, capacidades, pela cativação e pela forma de estar no dia-a-dia (brincalhão, extrovertido etc...)
Os jovens nesta passagem tem uma tendência preponderante de se quererem mostrar, para chamar a atenção dos outros! A instabilidade provoca neles certas atitudes competitivas, uns porque querem mostrar-se superiores aos outros e desviam-se dos contactos com colegas! Noutras situações eles vêem-se em perda e demonstram apetência para algumas atitudes desordeiras, demonstração da insegurança de que são assistidos! O posicionamento em grupos é feito por afinidade e a postura mediante o grau de instabilidade ou sentido de responsabilidade inerente a cada um.
No capítulo religioso existe um total afastamento dos jovens, achando que é algo de fútil e uma perda de tempo! Leva-me a pensar que infelizmente o jovem está longe das realidades espirituais, o que leva a uma fuga para tudo que seja material! Enfim vivem esta vivência para as coisas mortas!
As Igrejas têm contribuído enormemente para esta separação, os dogmas, a ritualização, os discursos religiosos virados mais para o pecado e critica das outras influências religiosas, tornam a Igreja algo de “ fútil”. (grifo)
Na minha opinião o descrédito está na falta de actuação em programas que incentivem a juventude ao estudo da religiosidade, da falta de renovação das Doutrinas e de actos que demonstrem o trabalho generoso, no sentido da transformação moral. Não quero dizer com isto que os jovens não sejam religiosos, mas a maioria assim o faz sentir!
A fé está adormecida, mas não morta! É de extrema importância dar respostas aos jovens da necessidade do conhecimento da vida real, da continuidade da mesma e da força generosa que ela envolve em todos os seres, moral e espiritualmente! É preciso sentir a força e a esperança que Deus nos dá com sua Doutrina do Amor Universal, exemplificada pelo Mestre Jesus! Sem atropelos e com objectividade devemos essa explicação e orientação a todos esses jovens! E essencial educar desde a infância, pois nesta fase é mais impressionável às informações que lhe são dadas.
Aproxima-te de Deus, aproximando-te a ti mesmo”.
Os adolescentes e toda a juventude no geral necessitam de sentir sua presença, de se achar amado, compreendido e confinado à responsabilidade de um futuro melhor!
Entendo que para sentir amor, temos que o retribuir em primeira instância, porque senão encontramos apenas o vácuo de sentimentos e ainda pior o sentido de liberdade promíscua de que o amor é prazer! É completamente errado misturar as duas coisas! Amor é um complexo sublime de intercâmbio sentimental e emocional proporcionado pelo elo de fraternidade e sincera, lealdade, respeito e sentido de responsabilidade. O amor requer, um triângulo harmonioso verdade, diálogo e doação mutua, não deixando de começar pelo conhecimento recíproco de forma a colmatar as fraquezas com a tolerância de um para o outro. Amar é dar e aceitar o que a Natureza nos oferece sem nunca prejudicar!
A juventude parece confundir o sentido de liberdade com libertinagem! A liberdade é civismo, logo requer a demonstração de respeito. A liberdade confere-se na autonomia de cada ser ter a obrigação de se auto-analisar moral, espiritualmente e intelectualmente sem prejudicar terceiros! Se acatares as Leis Civis e Leis Naturais estarás a efectuar o uso da liberdade condignamente.
Uma jovem no questionário que lhe dei a responder disse isto:
“O amor é a melhor coisa que pode surgir na vida de um jovem. Este sentimento pode mesmo alterar e acabar com a rebeldia de um jovem e fazê-lo mais responsável!” (grifo)
Outra me respondeu desta forma:
O amor é a mais sublime forma de felicidade.” (grifo)
Quem me diz que no nosso intimo e destes jovens do Universo, não existe amor? Ninguém!....
Tudo aquilo que nos rodeia na terra e no espaço cósmico está confinado ao amor em toda a sua plenitude!
Estou a falar de juventude e alguns de suas necessidades, após ter feito um inquérito sobre as mesmas, mas não posso deixar de acrescentar que nem todos os problemas estão citados, porque as personalidades não são iguais e as condições sociais não serão as mesmas.
Concluindo a problemática da juventude ela demonstra na realidade que o ponto vital das desordens se encontra na família, na escola e na sociedade.
A família engloba a maior cota de responsabilidades! Todos sabemos que o lar é tecto sagrado e a família alicerce da vida.
Lembro relacionando os índices de abortos e divórcios dos anos 50 aos anos 80 estes triplicaram! Mais de 50% dos jovens casais vivem maritalmente sem vínculo matrimonial, assim como a maioria dos jovens, principalmente na França e Suécia exigem como condição indispensável, as relações sexuais antes da união, juntando a isto tudo a queda do índice de fecundidade. Isto nos Países mais industrializados. *
Acrescentando ainda a vaga de abandonos do lar, que começa a crescer de dia para dia.
Pais, Professores e Jovens temos de nos entre ajudar e lutar para que a Humanidade reforce seu elo de Fraternidade Universal!
Os irmãos dizem quando questionados sobre as uniões fortuitas? “O casamento é um dos primeiros actos de progresso nas sociedades humanas porque estabelece a solidariedade fraterna e se encontra em todos os povos, embora nas mais diversas condições. A abolição do mesmo seria o retorno a infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo de alguns animais, que dão exemplo o exemplo das uniões constantes.” **
Vocês devem estar a pensar no que tem haver o casamento com os jovens! Pois bem entendo que onde há filhos existe união matrimonial e ela é ponto de extrema importância para o equilíbrio de qualquer ser. Ao mesmo tempo quero lembrar que na mudança da adolescência para adulto é que o espírito encontra a sua verdadeira natureza, portanto é necessário os Pais repensarem as atitudes e observar as reacções dos filhos, vigiar o carinho e distribuição do amor (sem preferências).
O diálogo tem de ser sempre porta aberta, nunca deixando de dar ao jovem de mostrar seu sentido de responsabilidade dando-lhe a oportunidade de ser ele também chamado à sua evolução moral, espiritual e intelectual.
Concluindo:
Todos somos parte integrante do Universo Espiritual nada está livre das responsabilidades e todos em conjunto temos que aprender a cultivar o amor de forma a podermos criar felicidade em nosso redor.
Solução “Amor e mais Amor, até chegar ao Amor!


* Dados do Dr.º Louis Roussel, da Universidade de Paris (a partir de dados de Sociólogos)

** Livro do Espíritos de Allan Kardec

Grifos: De jovens que responderam ao questionário de estudo. “A Adolescência”

Autor:
Victor Passos (cravo)